A utilização de glicocorticoides (GCs) ocorre com
muita frequência na população, sendo um dos medicamentos mais utilizados em
todo mundo, em várias condições clínicas. Constituem indicação absoluta e permanente
nos pacientes com insuficiência adrenal, quando utilizam dosagens de reposição
para restabelecer a homeostase no organismo. Em geral, eles são usados em crise
de asma brônquica, antiflamatórios, sendo necessárias doses supra fisiológicas,
o que provoca o aparecimento de muitos efeitos adversos como, por exemplo,
atrofia muscular, osteoporose, supressão do sistema imunológico e funções do
eixo hipotálamo-hipófise-adrenais.
O excesso de glicocorticoides tem sido também
associado com a síndrome metabólica. Na síndrome de Cushing, o aumento na
secreção de glicocorticoides devido a um adenoma pituitário conduz a obesidade,
hipertensão, hiperlipidemia e intolerância à glicose, um grupo de anormalidades
relacionadas com a síndrome metabólica. Toda via, a administração clínica destes
esteroides no tratamento crônico e agudo de doenças inflamatórias tem sido
associada com efeitos metabólicos adversos, tais como pressão sistólica
elevada, níveis aumentados de lipídeos circulantes e resistência à insulina,
como observado na síndrome metabólica.
Com esses sintomas muitos pacientes associam seu
problema a outras doenças, como diabetes ou hipertensão, pois associam logo a
doenças da idade e não procuram ajuda medica para detectar a doença, detectando
somente quando os sintomas já estão bem avançados, sendo que esta síndrome tem
ciclos de sintomas, sendo indicado realizar em dois períodos de tempo
diferentes dentro de um ano.
Na tentativa de minimizar estes efeitos colaterais
realizam-se terapias locais, intervalos na utilização da droga, suplementação
com cálcio, vitamina D3, administram-se hormônio do crescimento e estrogênio em
humanos e, recentemente, tem sido usado oligonucleotídeo antisense para o
receptor de glicocorticoides em animais. Por outro lado, estudos com modelos de
treinamento físico, no sentido de prevenção da resistência à insulina, bem como
das desordens metabólicas, ou ainda, da redução dos possíveis efeitos
catabólicos resultantes da administração de glicocorticóide são raros na
literatura.
Figura 1.
Relação entre os efeitos dos glicocorticoides e as características da síndrome
metabólica.
Evidências clínicas têm demonstrado associação entre
o metabolismo anormal de GC e a síndrome metabólica. Os níveis de cortisol plasmáticos
aumentados, encontrados com o envelhecimento, estão relacionados com uma ou
mais características da síndrome metabólica. Verificou-se que, tanto a razão da
secreção, como as liberações periféricas de cortisol nesses indivíduos foram correlacionadas
de forma positiva com a pressão sanguínea sistólica, glicose e insulina de jejum.
Outros estudos também reportaram correlação entre o aumento da atividade dos glicocorticoides
e a redução da sensitividade periférica à insulina, níveis elevados de glicose
plasmática e hipertensão.
Um grande fator que auxilia no tratamento dessas
desse problema metabólico é a prática de atividade física, pois com o avanço da
doença a musculatura vem a se enfraquecer, no entanto são indicadas atividades
aeróbias moderadas como caminhadas ou hidroginásticas, logo porque o tecido
ósseo pode estar enfraquecido, por este motivo evitasse esporte de alto
impacto, sendo complementar para a velocidade do tratamento a dieta.
O padrão de deposição de gordura central da síndrome metabólica
é semelhante ao que ocorre na síndrome de Cushing, ou em pacientes que foram administrados
com glicocorticoide sintéticos, que apresentam ainda hipertensão nas artérias e
intolerância à glicose. Evidências recentes não deixam dúvidas de que há um
novo e importante mecanismo envolvido no controle da ação dos glicocorticoides,
mediada principalmente pela regulação pré-receptor exercida pela 11-beta-hidroxiesteróide-desidrogenas
e (11βHSD).
Segundo os autores, "os receptores hormonais nucleares tem grande papel no
combate e auxilia na amenização do efeito de muitos problemas metabólicos como
na musculatura esquelética como, por exemplo, com o problema da obesidade,
diabete tipo 2 e dislipidemia. O aumento dos receptores hormonais nucleares tem
mostrado que aumenta a glicose estimulada por insulina, aumenta o catabolismo
lipídico e efluxo de colesterol e níveis de HDL-c no plasma, desta forma
atividades físicas aumentam a estimulação de receptores hormonais nucleares,
trazendo benefícios não só aqueles com problemas metabólicos mas também com a
síndrome de cushing e a pessoas que utilizaram altos níveis de corticoides para
tratamentos de outros problemas de
saúde".
REFERÊNCIAS
http://www.scielo.oces.mctes.pt/pdf/rpcd/v6n2/v6n2a10.pdf
Leclerc N, Luppen CA, Ho VV, Nagpal S, Hacia JG, Smith E, Frenkel B. (2004). Gene expression profiling of glucocorticoid-inhibited osteoblasts. Journal of molecular Endocrinology 33: 175-193
- Walker EA, Stewart PM. (2003). 11β-hydroxisteroid dehydrogenase: unexpected connections. Trends Endocrinol Metab 14 (7): 334-339.